O Financial Times (FT), jornal
londrino dos mais respeitados, perguntou semanalmente durante 18 meses, a 20
executivos por vez, uma série de questões. Uma, dentre tantas, era: “Qual suas
três piores características?”. Lucy Kellaway, articulista do FT, em artigo
reproduzido no Jornal “Valor Econômico” de 30/04/2011, ao comentar as
respostas, ficou surpresa ao ver que os executivos não reconhecem suas próprias
fraquezas.
A surpresa é que as fraquezas que
os executivos reconhecem ter, na verdade nem sempre são fraquezas suas, mas das
outras pessoas. Assim a maioria cita como fraqueza “a demasiada exigência” ou
“perfeccionismo” ou ainda “impaciência com o ritmo alheio” ou “vou muito
rápido” ou ainda “sou brutalmente honesto”. Ou seja, esses “defeitos” na
verdade são quase uma exigência para um executivo de sucesso. Só três citaram defeitos
verdadeiros: “tenho o péssimo hábito de chegar atrasado”; outro “não ouço com
atenção” e só um deles, segundo Lucy, falou exatamente a verdade: meu defeito é
o excesso de ego”.
Lucy Kellaway diz que a dificuldade
em reconhecer as próprias fraquezas, fez com que ela elaborasse uma pequena
lista dos defeitos que têm visto nos executivos nos últimos 15 anos. Ela chama
essa lista de “Os sete pecados mortais dos executivos”: (1) São fanáticos por
controle; (2) São vazios; (3) Agem de forma hesitante e confusa; (4) Não ouvem;
(5) São intimidadores; (6) Têm medo de conflitos; (7) Só conseguem conversar
sobre negócios. A pergunta que ela se faz é “se nos entrevistados da pesquisa,
os executivos devem ter pelo menos uma dessas fraquezas, por que nenhum deles as
admitiu?”. E ela continua dizendo que “o verdadeiro problema é que eles não
sabem quais são suas falhas”. E especula dizendo que “as pessoas nunca falam a
verdade para quem está no poder”, fazendo com que elas vivam na ignorância dos
próprios defeitos e mesmo problemas. Em sua conclusão ela diz: “Essa negação
dos próprios defeitos é alarmante. Se os problemas não são mencionáveis, não
podem ser solucionados. Mas também é uma pena: gostamos mais das pessoas quando
elas admitem suas fraquezas abertamente. As faz parecer mais humanas”.
Pense nisso. Sucesso!
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